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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Fora de mim


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Esquecendo  um pouco do assunto dança, mas como tudo o que eu faço, leva á dança mesmo... Eu fiquei esses dias todos lendo um livro, e esfriando a cabeça. Deixando as dietas de lado.Ah, já tinha esquecido como é bom o gosto de um refrigerante. Eu nunca me preocupei com meu peso. Gosto do meu corpo e não acho tão desproporcional á dança. Parei tudo pra pensar e refletir o que eu estava fazendo da vida, aonde eu estava, aonde eu queria chegar, e quais oportunidades bateram na minha porta nesse período em que escolhi a dança como meio de vida. Até que surge minha mãe com o que fazer da vida,e como conciliar os estudos com a dança. Isso é o que mais me atrapalha. O resto,eu sempre consigo dar um jeito. Sempre. Mas,agora é diferente. É aquela velha história : os pais nunca acham que dá sim pra viver daquilo que eu amo. Tem sempre algum  porém. Já experimentei mandar tudo e todos se danarem, mas, percebi que as coisas não acontecem assim. Nada nunca funciona fácil demais. Tem que provar. Tudo, tem que provar. Se quiser ser valorizado, óbvio. É ruim quando maturidade deixa de ser opcional. Odeio obrigações, compromissos contra minha vontade. Parei. Parei de fazer tudo que me deixava feia. Parei de pensar muito, ou de ver o lado alheio,já que o meu, desbotou-se completamente. Anda vazio, sem cor, sem vida. De tanto se esconder, e de tanto procurar, e procurar. Matou pequenas felicidades, que juntas formavam-se em uma só, com um slide lindo de lembranças em meus sonhos. Percebi então que eu havia virado um alguém que só pensava em cumprir suas missões diárias. Metas, e mais metas, não foi isso que eu imaginei. Eu danço por quê eu amo dançar, por quê eu posso dançar. Eu posso tocar o céu. Talvez seja por isso que tanta gente desmotiva de uma hora pra outra, disse minha amiga, enquanto esperávamos a hora no ensaio na sala de visitação do teatro local.  E eu pensei, pensei... mas,brincando, brincando, isso subitamente deixa de ser divertido. Você toma como obrigação ter uma abertura maior daqui á próxima semana. É meta passar em uma audição, ou ganhar uma bolsa em algum lugar bom. É desafio, arrancar um elogio diário do professor. E isso estava acontecendo comigo. É loucura. Por isso eu quis parar um pouco,escrever menos, e parar de levar as coisas por um quilo. Mas eu sinto, que não vou conseguir parar, não mais. Me sinto em um abismo profundo, nada me parece ser suficiente. Eu perco meu mês, fico decepcionada comigo mesma, a ponto de horas e horas de ensaios para contar a aula cansativa, com aquele sermão do professor. Eu não sei, mas esse desejo de mais e mais e mais, não consigo controlar, mas mesmo contra minha vontade, eu tento.

With Love,Mona