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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Espero que seja apenas uma fase ruim.

Olheira até o queixo, gel no cabelo, unha mal cortada... Meu deus, minha fisionomia transparece em mim o fundo do poço. Mais eu estou é muito feliz, apesar de nem parecer. Tenho as apresentações na mente, no corpo, e está por muito pouco para estar na alma também. Até aí está tranquilo. Acordando cedo, dormindo tarde, vivendo á base de chá com torradas, lanchinhos rápidos, minha respiração nunca foi uma das mais confiáveis mais é com ela que ando me virando á treze anos, então acho que se consegui chegar até aqui, consigo muito mais. E o que eu temia está acontecendo. Minha mãe louca atrás de mim, com um exame cardiovascular, eu e meus problemas de saúde, tanto de sangue, como de coração, como de respiração, e isso acaba sendo uma adrenalina perigosa para mim. Das pontadas fortes no peito, aos longos e desafiadores segundos sem ar. Apesar de tudo, não me sinto diferente, e ainda acho que a ficha não caiu ainda. As vezes Will brinca comigo dizendo: "Você é uma doente né?" pois é, eu acabo me convencendo que sou, mas não me comporto como uma. E quando tudo vai se encaixando pefeitamente como pequenas peças de lego, tudo se desmonta e vida um embaraço. Outra vez. As vezes me pergunto o porque de tudo isso. Porque eu ainda sim desafio a minha própria vida, lutando para conseguir amar alguma coisa, fazer, sentir algo tão bom e inexplicável. Isso me assusta. Isso me faz pensar e repensar durante todos os dias do ano. Isso me faz enlouquecer. Eu me sinto como um passarinho, agonizando em sua gaiola. Acho que, eu nem me sinto.  De verdade, paro pra pensar em tudo o que fiz e tudo o que eu deixei de fazer por conta desses problemas que no começo mostravam-se tão simples, á ponto de terminar-se com apenas um remédio. Eu estou um lixo. Um lixo que passou a vida inteira pensando ser reciclável, tentando não desistir, e ser aquilo que é mesmo sem medo. Ou pelo menos, sem querer demonstrar. Eu não quero ser uma pessoa tratada como coitadinha, ou como aquela que tentou, e não conseguiu. Meu coração nunca para, ele com seus dramas, continua a não querer desistir de mim, então porque eu irei decepciona-lo? Ele bate de felicidade quando eu danço. Eu sinto isso! Ele dói de agonia quando estou parada. Eu não posso mais parar, ou eu vou morrer de dor, de desgosto, de agonia, de raiva de mim mesma, por ser a primeira a não acreditar em mim. As vezes é difícil mudar. Mudar, ou simplesmente deixar algo que você ama tanto. Poxa, eu viveria pela dança! Eu morreria dançando. Porque eu sinto que os palcos é o meu lugar, os aplausos são meus, consequência de toda minha luta pra chegar até aqui. E agora, fim do ano, cheguei a perceber que aos poucos, vou perdendo tudo que eu tenho de melhor na vida. E temo que com eles, vá também a vontade de viver. Descer pelo ralo tudo que já foi pensado e repensado, decidido, conversado... Eu só decidi que não vou mais me lamentar por algo que eu sei que  choraria todas as vezes que visse. E quando se ama de verdade, tudo lembra. Das coisas mais simples, ás mais complexas. Um outdoor com um bailarino na frente, um teatro, a brisa, crianças com a roupinha de balé correndo pra lá e pra cá, e começo a pensar aonde foi que eu mais errei. É, parece que estou confusa. Me atrapalhando com meus próprios pensamentos... As noites estão passando muito rápido, rápido até demais. Nem dá pra tomar banho, relaxar, ler um livro, tomar aquele cházinho refrescante, escutar música, e ir dormir. As vezes eu ensaio, mais desde que eu soube que talvez eu não iria mais voltar a dançar ano que vem   (deus é mais, bate na madeira que é ruim ;X) Ando assim, querendo sorrir mais e rindo com qualquer coisa. Querendo esquecer que isso poderá ser possível mesmo, sem brincadeira. Pra mim, a semana de prova começa amanhã, mais pouco me importa, isso já tomou minha mente toda mesmo. E depois de tudo o que eu consegui, não não vai ser fácil me arrancar tirar de lá. E as emoções que eu passei esse ano?  Entrei em abril, passei logo pro nível 3, sem experiência alguma, parecendo uma maluca, sem fazer dança em lugar algum. Depois, a professora diz que estou péssima e decido arcar com as consequências ensaiando 4 dias na semana ao invés de 2. Logo depois de 5 meses de dança consigo entrar para a Cia Infanto Juvenil da Escola de Dança da Funceb, e fico muito feliz, quase que infarto (brincadeirinha, mais que fiquei mega feliz, fiquei mesmo rs.), depois, ataco de coreógrafa e apresento para a escola inteira, melhoro muito e me esforço muito para que as anotações da agendinha sejam concretizadas. Acho que ninguém nunca me notou de verdade, vou deixar nas mãos de deus, mais vou fazer minha parte claro. Dormir é meu único descanso. Eu não paro 1 minuto. Estou cheia de dúvidas, e não aguento deixa-las aqui, dentro de mim. E assim meus amores, vou sobrevivendo do meu jeito. Com esperança de conseguir viver algum dia.

With Love, Mona