quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Vôo precoce
Que ótimo início de Novembro, que lindo fim de ano estou tendo. Minha mãe, reclama, reclama, e reclama, meu pai parece um papagaio falando as mesmas coisas que ela, e até colocando mais fogo ainda. E o pior, sem ao menos saber o assunto. Que agonia! Ambos, me deixam com raiva. Até porque, falam muito, muito mesmo, do mesmo assunto, sem contar as comparações. Acho que eu mesma tenho que me educar. Ela nem se cansa de dizer que vai embora, que Monique era muito melhor que eu, e que eu sou uma desgraça. E ela não se cansa de falar, falar todos os dias, o quão miserável que sou. E eu me sinto tão, sei lá, tudo, menos culpada. E chegar ao ponto de querer não estar em casa todo o tempo me entrestece. Tudo em fim está dando literalmente errado na minha vida, mais mesmo assim, não tenho urgência. Concordo com ela, apesar de tudo. Eu não sou mesmo uma boa filha, e não tenho cuidado com minhas coisas. Não sou organizada, só quando tenho vontade. Não estou disposta sempre que estalarem os dedos. Ao contrário de Monique, que ela sempre reclamava quando estava conosco, mais só foi Monique demorar 2 meses na Turquia que Monique virou santa. Não vejo a hora de viajar também. Mas ao contrário de Monique outra vez, não voltar nunca mais. E mesmo que me doa muito dizer isso mais, mesmo sentindo saudades, não voltarei. A gente não pode ter tudo. E eu escolhi não ter ninguém. Não é triste aos meus olhos. Sou feliz sozinha, sem ninguém para reclamar se eu lavei ou não a louça do jantar, ou se forrei corretamente minha cama. Não é discurso de uma garota de 13 anos que não espera abrir suas asas e voar não, é discurso de uma garota de 13 anos que está cansada de ser julgada pelas mesmas coisas, sempre. Ela diz que se vai em Dezembro, outrora diz que se vai em Março, agora, em Fevereiro. Mesmo mudando de mês todo mês, eu sei que ela se vai. Querendo ou não ela se vai do mesmo jeito. Como ela diz, ela sempre sonhou com a roça, ser agricultora é um sonho de criança. Viver do que plantou... Ela também diz que me deixará só para eu ver como é bom para a tosse. Eu não sinto nada. Não consigo sentir. Só sentindo o tempo passar, escutando ela falar, e vendo... vendo ao meu redor e se dando conta que sozinha eu nasci, e sem querer, sozinha ficarei. O desabafo morre na solidão.. Sempre me lembrarei dessas palavras que meu pai me disse, quando se separou da minha mãe, há 4 anos atrás. Não entendi naquela época mais hoje me faz completo sentido. Vou voar só, precocemente pela vida. Sim, deixa ela me ensinar, já que minha mãe quer me fazer voar antes da hora.
With Love, Mona
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